Tudo já mudou, e vai mudar mais ainda.
Tudo se torna estranho e inconstante. Tudo se torna insípido e inodoro. Tudo se torna ainda mais líquido, mais solúvel e ausência de certeza é a constante.
Como Leandro Karnal – historiador e filósofo – disse muito bem, a humanidade acelera em três ocasiões, em guerras, recessões e epidemias. As adversidades fazem com que, de uma forma ou de outra, as tendências se acelerem e as mudanças em curso se consolidem.
Tenho afirmado desde o início da quarentena; a palavra da vez não é resiliência, é adaptabilidade. O que será determinante para nós, enquanto pessoas físicas ou jurídicas em nossos universos particulares, será a nossa capacidade de nos adaptar e ser mutável. Junto com as adversidades, vêm as oportunidades. E não estou falando somente do que se refere a célebre frase que diz: “Quando tem alguém chorando, sempre tem outro vendendo lenço”.
Estou falando de oportunidades, de visão de futuro e de crescimento.
Durante a quarentena, tivemos momentos em que muitos apostavam que tudo voltaria a ser como era antes. Não sei se ainda há alguém que não está convencido do contrário, mas se há, está bem atrasado.
A única certeza é a mudança.
Não é diferente para o mercado de gastronomia.
Na verdade, este sofre ainda mais, talvez por ter em sua maioria PME e Meis, muitas, sequer são PJ. Um dos mercados que mais emprega. E ainda tem rentabilidade baixa, 10% quando bem trabalhado. Prenúncio de fragilidade.
Mas e agora?
Como disse, durante a quarentena, muita adaptação: – a novos hábitos de consumo – a novas maneiras de vender – a novas experiências para entregar.
Junto com isso, oportunidades de arrumar a casa. Tanto quanto ao quadro de funcionários, quanto a transformar exigíveis a curto prazo em longo prazo, negociar, e readequar.
Empresas mais fluídas, mais capazes de se adaptar e reinventar seus produtos, suas experiências e sua cara. Esses são os pressupostos, os deveres de casa que devem estar prontos.
O maior desafio está por vir. Alguns estudos dizem que a gastronomia perderá 40% de suas empresas. E a maioria cairá na retomada.
Os 3 primeiros meses de reabertura serão os mais cruciais das últimas décadas. Muitas mudanças ainda virão e precisaremos estar prontos para nos adaptar rápido. Mudanças de comportamento do consumo, de lógica econômica, de posturas governamentais, talvez, de postura mundial. Tudo pode acontecer. Até uma segunda onda da doença.
É a hora de nos livrarmos de todas as nossas certezas absolutas e nos conectarmos com a certeza da mudança. Não teremos que esperar o tempo certo para mudar. O tempo certo é o tempo todo.
Não tenha medo. A certeza que tudo vai mudar de novo, e de novo, e de novo, é o pilar de sustentação para nos agarramos e construir uma nova realidade para cada uma dos nossos universos particulares.
A hora é agora. E daqui a pouco de novo.
Ouça o que os clientes e o universo estão te contando. Eles normalmente sempre nos contam. Para tanto, mantenha seu canal de comunicação aberto com ambos, cada um do seu jeito.
Queixo em riste, olhar atento e sigamos em frente para nosso novo normal.
Material criado e fornecido por Igor Maurício Barreto para o Diário do Palestrante da Base SA.
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